segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Sobre descobrir que deixei de ser Ana e me tornei: "Mãe de Tina".

Pra mim, descobrir que estava grávida foi o maior susto! E eu não entendia por que eu estava com tanto medo... Era o meu maior sonho,  eu tinha certeza que era a minha vocação ser mãe! Meu marido dava pulos de alegria enquanto gritava apontando pra minha barriga: "Vou ser papai! Meu bebê tá aí dentro!". Eu só esperava que aquele segundo tracinho do exame de farmácia apagasse.

"Você é maior de idade, está casada há mais de um ano... Vai dar tudo certo! Mas eu não vou ser chamada de vovó...", minha mãe tentava me consolar pelo telefone. Ela tem um jeito irritante que chega a ser engraçado. Ela não é como as outras mães do mundo, que te pega no colo e fala das maravilhas da vida. A minha mãe mal dá colo, ela sempre está com calor! E ela não é fofinha, nem gosta de floreios, e me disse logo: "É uma merda amamentar, só amamentei você e sua irmã por que tem que amamentar mesmo... Dói! As vezes dá vontade de dar um murro... Mas vai dar tudo certo, mamãe tá aqui!".

Meu pai, por outro lado, não tava nem aí pra mim, parecia um pivete de 10 anos que vai correr de kart pela primeira vez. "Agora eu sou o lobo mau! Tou pegando a vovózinha!", ele se acabava de rir enquanto falava com meu marido no telefone e eu ali, parada do lado do guarda-roupa esperando que aquele segundo tracinho do exame de farmácia apagasse. Meu marido ligou pras duas famílias inteiras, arrumou logo uns amigos e me arrastou prum bar pra comemorar. Quando voltamos pra casa... O tracinho ainda estava lá, assim como na manhã seguinte e como está até hoje (sim, eu guardei!).


Nenhum comentário:

Postar um comentário